Não é novidade para ninguém que estar em um ambiente bem organizado pode influenciar diretamente o comportamento das pessoas, tanto em casa quanto no trabalho. Isso se dá devido ao que chamamos de neuroarquitetura, ou seja, em razão da relação entre arquitetura e neurociência.
De modo geral, isso significa que a forma que um ambiente é decorado pode interferir na rotina das pessoas que compartilham do mesmo espaço, muitas vezes podendo estimular ou desmotivar, bem como inspirar soluções criativas no trabalho, por exemplo.
Você já deve ter experimentado esse tipo de sensação, sobretudo quando passa muito tempo em um ambiente mal projetado, com iluminação ruim etc.
Como já destacamos, isso acontece porque uma composição inadequada do escritório pode incorrer na sua queda de rendimento. Mas, afinal, você sabe como e por que isso acontece na prática? No post de hoje vamos tirar suas principais dúvidas sobre este assunto e apresentaremos algumas dicas de como decorar a partir dos conceitos da neuroarquitetura. Ficou interessado? Então, continue a leitura!
A neuroarquitetura surgiu em 2003 em San Diego (Califórnia) a partir da criação da ANFA (Academy of Neuroscience for Architecture). O Objetivo desta academia, de acordo com o próprio departamento era de “promover e avançar o conhecimento que vincula a pesquisa em Neurociência a uma crescente compreensão das respostas humanas ao ambiente construído”.
Em termos práticos, a neuroarquitetura está diretamente associada à relação entre a arquitetura e a forma com que o cérebro humano responde à projeção dos espaços, isto é, a maneira com que os ambientes são projetados.
Embora se trate de um conceito mais recente, há muito tempo é possível perceber os impactos da neuroarquitetura na mente das pessoas, em especial, no ambiente de trabalho. Basta imaginar um escritório pouco organizado, com trabalhadores estressados e desestimulados.
Sabe-se que passar uma jornada de trabalho em condições deficitárias pode comprometer o rendimento dos trabalhadores. Sendo assim, considerando o uso de móveis não ergonômicos, estações de trabalho mal planejadas e até mesmo um ambiente ruidoso, não é difícil imaginar as razões pela queda de produtividade.
Nesse ponto, o conceito da neuroarquitetura pode ser aplicado de maneira satisfatória, afinal, ele garante uma solução mais prática e eficiente, seja através do uso de cores ou da harmonização de elementos decorativos. Assim, as pessoas antes desinteressadas no trabalho, passarão a se sentir melhor e mais motivadas no trabalho.
Quem nunca sentiu um cheiro, ouviu uma música ou viu algum objeto que lembra muito um momento, um lugar ou uma pessoa especial? Embora pareça algo corriqueiro, isso pode ser explicado pela ciência como um evento de associação à memória afetiva. Isso ocorre porque nossos sentidos podem fixar no cérebro as sensações provocadas pela visão, olfato, paladar, audição e tato.
Nesse contexto, é natural relacionarmos um tipo de decoração ou cheiro, por exemplo, a um local específico com o qual temos alguma familiaridade. É por isso que, quando sentimos o cheiro de um bolo, vem à nossa mente lembranças de momentos geralmente relacionados à cozinha da mãe.
Além dos sentidos, a neuroarquitetura pode influenciar diretamente na mente humana, tanto auxiliando no aprendizado, quanto na perspectiva emocional dos indivíduos. A seguir, explicaremos mais sobre seus impactos no cérebro. Confira:
A manutenção do foco de qualquer indivíduo está totalmente direcionada ao ambiente em que está inserido. Afinal, ambientes bem arejados, iluminados e com espaço suficiente para circulação pode estimular a concentração. Logo, é possível observar resultados significativos no aprendizado, pois, quanto mais focado, melhor o nosso cérebro absorve as informações e amplia sua capacidade de desenvolver novas habilidades.
Como você já sabe, à medida que reorganizamos um ambiente, mais estimulante e motivador ele se torna. Quando se trata de escritórios de trabalho, por exemplo, há uma forte tendência em aplicar cores mais neutras para reduzir o excesso de informações dos ambientes. Por outro lado, para tornar um espaço ainda mais estimulante, pode-se adotar elementos da psicologia das cores.
Cada indivíduo responde de maneira única os estímulos que são recebidos através do ambiente. Sendo assim, um projeto exclusivamente dedicado à neuroarquitetura deve levar em consideração o objetivo do espaço, preferencialmente. Ademais, as sensações que se deseja despertar é outro ponto que não deve ser ignorado.
Seguindo esta lógica, não existem regras específicas e, portanto, a neuroarquitetura não se trata de uma ciência exata. Contudo, existem aspectos que devem ser colocados em evidência para provocar na mente humana o resultado desejado.
Agora que você já conhece os elementos básicos para aplicar a neuroarquitetura, chegou a hora de entender como fazer isso na prática. Para tanto, o primeiro passo é estabelecer um estudo detalhado sobre as características do morador ou trabalhadores — no caso dos espaços corporativos.
Nessa etapa, não são raros os casos em que os arquitetos atuam em parceria com outros profissionais como neurocientistas e até psicólogos, afinal, é preciso detalhar as características que esperamos atingir em um projeto personalizado.
Após coletar dados e informações relevantes, compreendem-se então as necessidades das pessoas que frequentam aquele espaço e como os elementos impactam sua rotina, estimulando os seus sentidos.
Em um cenário hipotético, considerando que estamos trabalhando com pessoas que sofrem de distúrbios do sono, por exemplo, investir em um projeto de isolamento acústico poderia eliminar os ruídos em excesso que potencialmente podem prejudicar a qualidade do sono.
Agora que você já conhece mais detalhes sobre o viés neurológico da questão, é hora de entender como implementar elementos da arquitetura e decoração para construir um projeto de neuroarquitetura bem-sucedido. Confira!
A iluminação é um importante elemento decorativo. Além de tornar o ambiente mais elegante, algumas combinações podem garantir uma característica mais intimista, contribuindo ainda para a criação de um ar de maior conforto e relaxamento, como é o caso das luzes amareladas.
Já a luz branca é mais indicada para locais de estudo ou trabalho, pois são ambientes que exigem maior foco e concentração. Contudo, não se esqueça de investir na iluminação natural através dos raios solares, já que conferem mais benefícios à saúde das pessoas.
Itens naturalistas também podem ser aproveitados para criar espaços que relaxam. Um bom exemplo para apostar nesse efeito são as salas e os quartos, já que combinam muito bem com elementos naturais. A dica mais valiosa para criar uma sensação de bem-estar e relaxamento é: caso não seja possível inserir uma vegetação no ambiente, opte por objetos decorativos que remetam à s imagens de paisagens e da natureza em geral.
A decoração de um lar está diretamente atrelada à identidade dos moradores. Por isso, é importante contar também com objetos que ajudaram a construir a sua história. Nesse contexto, uma decoração mais afetiva é uma proposta que se encaixa muito bem no contexto da neuroarquitetura, já que confere um senso de pertencimento, acolhimento e amor.
Assim como os demais itens desta lista, as cores são elementos indispensáveis na hora de decorar um ambiente com o objetivo de garantir maior sensação de leveza e inspiração. Isso acontece porque as cores exercem o poder de estimular o cérebro humano de várias formas.
Tons mais quentes, por exemplo, passam uma ideia de aproximação com a natureza, estando atrelados ao aconchego, familiaridade e conforto. Já cores mais vivas podem ser mais inspiradoras, sobretudo quando posicionadas em lugares estratégicos do seu escritório.
Como você pode perceber, a neuroarquitetura é caracterizada pela ligação entre neurociência e os conceitos da arquitetura. Este é, portanto, um campo da ciência que tem como objetivo principal provocar impressões e emoções positivas na rotina das pessoas, seja em casa ou no trabalho.
Como já destacamos, diversos elementos contribuem para organizar um espaço físico de modo que interfira em nosso cérebro, trazendo benefícios significativos para o comportamento humano. Alguns estudos ainda indicam que o sistema nervoso pode ser redirecionado conforme a luminosidade, acústica, design, temperatura, textura e até mesmo a ventilação de determinado espaço.
Sendo assim, a combinação desses fatores podem garantir um maior bem-estar, além de aumentar significativamente a produtividade e o foco das pessoas. Ademais, o conforto e a felicidade são emoções presentes no ambiente e, portanto, colocá-las em evidência a partir de um projeto arquitetônico devidamente estruturado é um passo muito importante.
Seguindo as dicas e sugestões que apresentamos neste artigo, certamente você será capaz de tornar sua casa ou escritório mais alegre, produtiva e confortável. O resultado será um maior bem-estar de todos que frequentam esse espaço, sem contar em um time mais produtivo e engajado.
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